ORÁCULO DO SENHOR (Jr 31, 16-22)
Parte 3
Será Efraim para mim filho tão querido,
Criança de tal forma preferida,
Que cada vez que falo nele quero ainda lembrar-me dele?
É por isso que minhas entranhas se comovem por ele,
Que por ele transborda a minha ternura, oráculo do Senhor (v. 20)
Você se reconhece como um filho de Deus? Você se considera alguém merecedor das Suas bênçãos? Precisamos nos lembrar que Deus nos deu um manto real de justiça através de Seu Filho Jesus. Aquele que não conheceu pecado, Deus o fez pecado por nós, para que n’Ele fôssemos feitos justiça de Deus (2Cor 5,21). Ou seja, em Cristo nós fomos justificados – aprovados - por Deus! Nós fomos aceitos e adotados por Deus em Sua família. Éramos miseráveis por causa do pecado, mas agora fazemos parte da família real: Portanto, vocês já não são estrangeiros nem forasteiros, mas concidadãos dos santos e membros da família de Deus, edificados sobre o fundamento dos apóstolos e dos profetas, tendo Jesus Cristo como pedra angular, no qual todo o edifício é ajustado e cresce para tornar-se um santuário santo no Senhor. N’Ele vocês também estão sendo edificados juntos, para se tornarem morada de Deus por seu Espírito (Ef 2,19-22).
Como Efraim, muitos de nós não nos sentimos dignos desse amor: “Eu peco todos os dias, faço bons propósito e quando vejo já estou cometendo as mesmas faltas de sempre e, não consigo parar de pensar que Deus está bravo comigo e vai me condenar". É verdade, falhamos porque ainda habitamos em um corpo carnal, mas a verdade é que se estamos em Cristo, nos tornamos "nova criatura" e o pecado não pode mais nos dominar.
O que eu e você precisamos recordar sempre é que mesmo que cheguemos a desistir dos planos de Deus, Ele nunca desiste de nós! Mesmo quando nos afastamos da Sua presença, Deus nunca abre mão da nossa!
Um dos personagens da Sagrada Escritura com o qual eu mais me identifico é o Apostolo Pedro. Pedro errou muitas vezes, mas Jesus nunca desistiu dele. E por conta disso, Pedro se levantou como exemplo de homem que ama a Deus e é fiel a Ele. É fácil nos identificarmos com Pedro porque Pedro era pecador e falho assim como eu e você. Ele tinha um temperamento explosivo, tomava decisões precipitadas e se decepcionava consigo mesmo. Assim como ele, nós também, estamos sempre “pisando na bola”. Pedro sempre foi o primeiro a tomar as iniciativas, porém, logo se frustrava por não saber lidar com as emoções. Respondia prontamente as perguntas de Jesus com tanta firmeza e fé, mas logo já queria desistir. Parecemos ou não com Pedro?
Gosto de pensar que Pedro ficava constrangido diante desse amor de Jesus por ele. Com certeza ele devia pensar: "Por que Jesus não desiste de mim? O que Ele viu de bom em mim, se eu sou tão pecador? O que eu fiz para merecer tão grande amor?"
O Senhor não deixou de amar Pedro diante dos seus limites. Quem sabe até o amou mais, pois sabia o quanto Pedro precisaria d’Ele. Ele também continua nos amando. Ele continua o mesmo. O mesmo amor que foi transformando a vida de Pedro, pode transformar também a tua. O mesmo Senhor que confiou as suas ovelhas a Pedro, confia também a você. Creiamos nisso!
O Senhor é compassivo e misericordioso, mui paciente e cheio de amor. Não acusa sem cessar nem fica ressentido para sempre; não nos trata conforme os nossos pecados nem nos retribui conforme as nossas iniquidades. Pois como os céus se elevam acima da terra, assim é grande o seu amor para com os que o temem; e como o Oriente está longe do Ocidente, assim Ele afasta para longe de nós as nossas transgressões. Como um pai tem compaixão de seus filhos, assim o Senhor tem compaixão dos que o temem; pois Ele sabe do que somos formados; lembra-se de que somos pó (Sl 103,8-14).
É lindo o rosto de Deus que o salmista nos apresenta. Essa é a sua verdadeira imagem. Deus é um pai amoroso e nos ama como filhos prediletos: Vede que imenso amor nos tem concedido o Pai, a ponto de sermos tratados como filhos de Deus; e, em realidade, somos filhos de Deus! (1Jo 3,1).
Nos ama com amor incondicional. Que significa isso? Que nos ama não pelo que somos, não pelo que temos não pelo que fazemos. Simplesmente nos ama porque Ele é amor (cf. 1Jo 4,8). Deus nos ama com amor visceral, ou seja, do mais profundo do seu ser, como uma mãe ama o seu filho.
Um choro no meio da noite. Imediatamente, a mãe acorda. Desde que o bebê nasceu, ela nunca mais dormiu tão profundamente como antes. Além disso, aprendeu a identificar os diferentes choros do filho e, assim, sabe se ele quer mamar, ser embalado ou se precisa de alguma outra coisa. Mas não importa qual seja a razão do choro do bebê, a mãe sempre lhe dá atenção. Seu coração a impede de ignorar as necessidades da criança.
É assim que Deus nos ama, como uma mãe que ama o seu filho e jamais o abandona: Sião dizia: O Senhor abandonou-me, o Senhor esqueceu-me. Pode uma mulher esquecer-se daquele que amamenta? Não ter ternura pelo fruto de suas entranhas? E mesmo que ela o esquecesse, Eu não te esqueceria nunca. Eis que estás gravada na palma de minhas mãos (Is 49,14-16).
Oremos juntos: “Eu não vou desistir agora, porque eu sei que sou prova viva do amor de Deus. Eu não era ninguém, não tinha valor, estava preso no pecado, mas o Senhor veio e com amor de pai/mãe me tomou pelos braços e me pôs no seu regaço. Sei que muitas vezes não sou o filho que Ele merece ter; sou rebelde, ingrato, orgulhoso, prepotente, outras vezes me deixo abater pelo desânimo, pela melancolia, pela tristeza, pela frustração... mas sei que o amor do Senhor é maior que a minha maior falta; que o seu amor fiel pode curar o meu amor infiel, que o seu amor incondicional pode curar o me amor vacilante. Não importa o que eu estou vivendo ou pelo que estou passando, é o Senhor quem dirige a minha vida e nada é impossível para Ele. Sei que tudo irá passar e só amor d’Ele permanecerá pelos séculos dos séculos. Amém! ”
Pe. Gilson Sobreiro, pjc
Fundador da Fraternidade O Caminho
Commentaires