“Somos atraídos por Jesus que se despojando de toda a sua condição divina se tornou pobre, servo, humilde; dom sem reservas e sacrifício por toda a humanidade (Fil 2, 1-11)” (NF 2).
A vocação nasce de uma profunda experiência viva de amor com Jesus. Experiência, essa, que foi capaz de dar pleno sentido às nossas vidas. O chamado é pura e total iniciativa d´Ele. “Não foram vocês que me escolheram, mas fui Eu que vos escolhi e vos destinei para ir e dar fruto e para que o vosso fruto permaneça” (Jo 15,16). A essa iniciativa de Deus cabe, a nós, uma resposta livre e decidida.
Nossa Fraternidade, como uma grande árvore, abriga e contempla as diversas vocações que a Igreja comporta. Somos uma comunidade de Vida Religiosa, Contemplativa, Sacerdotal, além de uma comunidade de homens e mulheres que vivem o carisma no seu dia a dia, como Leigos Associados, membros da nossa Juventude, Missionários e Voluntários.
Vida Religiosa
Na Vida Religiosa encontramos a maneira mais perfeita de fazermos crescer e madurar nosso amor por Jesus. Dessa forma, entramos no caminho que tantos homens e mulheres trilharam antes de nós: “Logo desde os princípios da Igreja, houve homens e mulheres, que pela prática dos Conselhos Evangélicos procuraram seguir Cristo com maior liberdade e imitá-Lo mais de perto, consagrando, cada um a seu modo, a própria vida a Deus” (Decreto Perfectae Caritatis, 1). Não poderíamos amá-Lo senão amando como Ele nos amou. E de que forma Ele nos amou? Se entregando totalmente por nós, até o fim (Jo 13,1). Numa total obediência a vontade do Pai, sem nada possuir e a ninguém se “apegar”.
“Os Votos de Castidade, Pobreza e Obediência são expressão maior do nosso amor por Ele e por seu reino, por quem e para quem consagramos, generosamente e sem reservas, as forças de amar, o desejo de possuir e a livre faculdade de dispor de nossa própria vida” (NF 10).
Àqueles que desejam abraçar a Vida Religiosa em nossa Fraternidade, devem iniciar o processo, por meio de um acompanhamento vocacional, que possui duração de um ano. As próximas etapas são o Aspirantado, o Postulantado e o Noviciado. Ao final dessa última etapa, que dura dois anos, professa-se publicamente os Conselhos Evangélicos. A etapa seguinte é a do Juniorato, que é a vivência dos votos temporários, e por fim se faz a Profissão Perpétua.
Vida Contemplativa
"Afeiçoai-vos às coisas lá de cima, e não às da terra. Porque estais mortos e a vossa vida está escondida com Cristo em Deus" (Col 3,2-3).
A vida contemplativa em nosso carisma revela a figura do Cristo que se retira do meio da multidão e sobe ao monte para orar, suplicar e interceder em favor de toda a humanidade (cf. Lc 6,12). Assim, buscamos nos configurar a Ele em uma vida de imolação e reparação pela Igreja, pela santificação da nossa Fraternidade e dos sacerdotes.
“Como o marinheiro em alto mar precisa do farol que indique a rota para chegar ao porto, assim o mundo tem necessidade de vós. Sede faróis para os que estão perto e sobretudo para os afastados. Sede tochas que acompanham o caminho dos homens e mulheres na noite escura do tempo. Sede sentinelas da manhã que anunciam o nascer do sol. Com a vossa vida transfigurada e com palavras simples ruminadas no silêncio, indicai-nos Áquele que é caminho, verdade e vida, o único Senhor que oferece plenitude à nossa existência e dá vida em abundância. Gritai-nos como André a Simão: Encontramos o Messias; anunciai, como Maria de Magdala na manhã da ressurreição: Vi o Senhor! Mantende viva a profecia da vossa existência doada. Não tenhais medo de viver a alegria da vida evangélica segundo o vosso carisma” (Papa Francisco, Cons. Apostólica Vultum Dei Quaerere, 6).
Este ato contínuo de entrega é manifestado em nosso dia a dia através da Sagrada Liturgia, da oração comunitária e pessoal, do silêncio oblativo, do trabalho, bem como dos estudos, da lectio divina, da adoração ao Santíssimo Sacramento, das penitências.
Tudo, na alegria da vida fraterna, pois a união fraterna alimenta a comunhão com Cristo e é Ele mesmo quem nos faz ser “um só coração e uma só alma” (At 4, 32), tornando, assim, fecunda nossa oração por toda a Igreja.
A fidelidade ao Carisma Fundacional nos conduz a uma vida de despojamento, onde renovamos nosso sim na adesão cotidiana à Obra Divina e na assídua contemplação dos Mistérios da Salvação.
Leigos Associados
Como membros da Igreja, esposa amada de Jesus, por quem Ele se entregou, a fim de santificá-la, somos chamados, pelo batismo, a sermos santos: “... aqueles que foram santificados em Cristo Jesus, chamados a ser santos... (1Cor 1,2). É preciso, porém, progredir continuamente na santidade como nos exorta o Concilio: “É, pois, necessário que eles (os leigos) pela graça de Deus, guardem e aperfeiçoem em sua vida a santidade que receberam” (LG 40).
Como toda vocação cristã é por natureza, também, vocação para a missão, como Leigos Associados somos chamados a ser sal da terra e luz do mundo (Mt 5, 13-14); fermento no meio da massa (I Cor 5, 6). Chamados a santificar o mundo com o espírito do Evangelho.
Com os demais membros da Obra, estão em todas aquelas realidades em que se faz presente o nosso carisma: casas de detenção, ruas, periferias, meretrícios e atuando nos mais diversos ministérios e apostolados.
Depois de ter manifestado o desejo de ser um membro associado ao nosso carisma, a pessoa deverá ser acompanhada, individualmente, pelo Orientador do Discipulado para discernir sua vocação e suas motivações. Estando claro, para ambos, o chamado para a vida laical na Fraternidade, se iniciará o caminho para o Discipulado que terá a duração de três anos. Ao final destes, fará o seu primeiro Vinculo de Pertença Temporária. Terminada essa etapa, que tem duração mínima de cinco anos, fará os seus Vínculos Definitivos.
Vida Sacerdotal
“O mesmo Senhor, porém, para que formassem um corpo, no qual ‘nem todos os membros têm a mesma função’ (Rm 12, 4), constituiu dentre os fiéis alguns como ministros, que, na sociedade dos crentes, possuíssem o sagrado poder da Ordem para oferecer o Sacrifício, perdoar os pecados e exercer oficialmente o ofício sacerdotal em nome de Cristo a favor dos homens”. (PO 2).
Nossa Fraternidade é composta, também, por religiosos que, ao escutarem o chamado do Senhor, se decidem a imitar o Bom Pastor através do ministério sacerdotal. Para nós, o primeiro chamado é ser consagrado e, como consequência, nos tornamos sacerdotes para servir e santificar o povo de Deus, sobretudo, os pobres. Nossos sacerdotes atuam nas diversas missões da comunidade espalhadas pelo mundo.
Esse chamado é discernido entre o religioso e o Conselho Geral da nossa Obra. O processo formativo inicia-se com os estudos de Filosofia e, depois, de Teologia. Após os estudos, o candidato à vida sacerdotal recebe os primeiros ministérios (leitorato e acolitato) e a ordenação diaconal e sacerdotal.