“Os ministérios são diversos, mas um só é o Senhor” (I Cor 12, 5).
Quando falamos de ministérios, estamos falando, sobretudo, daqueles ministérios ligados ao anúncio do Evangelho como o de pregação, de intercessão, de música, etc.
A pessoa batizada é convidada a amadurecer continuamente, dar cada vez mais frutos na descoberta de sua vocação, para vivê-la no cumprimento da própria missão, missão que se desenvolve de diversas maneiras em nosso carisma, seja pela evangelização das crianças, dos jovens e dos adultos, ou até mesmo pelo exercício dos dons e carismas colocados à serviço dos pobres em seus múltiplos rostos, levando-os a uma verdadeira experiência de amor com o Senhor.
Assim, cada ministério funciona harmonicamente, como numa orquestra, em que cada um faz o seu “som”, mas “o todo” é que faz a beleza completa. Eles são formados de acordo com a necessidade e realidade de cada missão.
“Temos dons diferentes, conforme a graça que nos foi conferida. Aquele que tem o dom de profecia, exerça-o conforme a fé. Aquele que é chamado ao ministério, dedique-se ao ministério. Se tem o dom de ensinar, que ensine; o dom de exortar, que exorte; aquele que distribui as esmolas faça-o com simplicidade; aquele que preside, presida com zelo; aquele que exerce a misericórdia, que o faça com afabilidade” (Rm 12, 6-8).
Comunicação
“Os meios de comunicação são decisivos em um período como o nosso (...) Não estamos somente falando de “meios”, estamos falando de uma nova cultura que é a cultura da comunicação, a cultura digital. (...) Os meios de comunicação fazem parte da nova evangelização de nosso tempo” (Dom Rino Fisichella – presidente do Pontifício Conselho para a Promoção da Nova Evangelização).
O “comunicar” em nossa Fraternidade não é somente tornar comum uma notícia. É uma poderosa arma no método de evangelização. Em nosso tempo, comunicar é evangelizar, é anunciar o Evangelho por um meio em que, na maioria das vezes, propaga a morte, desgraças, mentiras, onde o real não tem mais sentido.
Acreditamos que o exercício diário desse ministério pode salvar vidas. O ministro de comunicação comunica, sobretudo, sua experiência cotidiana com o Senhor. E o fruto dessa experiência é o desejo ardente de salvar e exercer seu ministério com qualidade, para que muitas almas sejam alcançadas e o carisma seja conhecido. Ele exerce, de maneira ímpar, esse ministério nas diversas atividades e missões da comunidade.
É responsável pelas notícias que são colocadas nas Redes Sociais (Face, Site, Instagram, etc.). Produz textos, fotos, vídeos, arte visual, etc. Registram o cotidiano pastoral da missão, assim como, os eventos.
Música
“Vêm na frente os cantores, atrás os tocadores de cítara; no meio, as jovens tocando tamborins” (Sl 67,26).
Esse versículo consegue expressar, de maneira bem resumida, a missão do Ministério de Música. Os músicos estão à frente, no meio e atrás, o que significa dizer que eles estão em toda as partes do cortejo. De igual maneira deve ser o Ministério de Música; ele precisa estar inserido em toda a obra de evangelização da comunidade. Ora ele estará na frente para conduzir e animar, ora no meio para contagiar e se fazer igual a todos e ora estará atrás, para não deixar ninguém ser abatido pelo desânimo.
O ministro de música é aquele que tem consciência de que as cordas do seu violão curam, as teclas do seu piano acalmam, o rufar dos tambores liberta, a sua voz pacifica. Nossos ministérios, nas diversas missões e atividades da comunidade, espalhadas pelo mundo, são formados por homens e mulheres que colocam seus dons musicais à disposição do grande Regente da Criação.
Os ministros de música têm a graça de exercer o mesmo ofício que os Anjos. Ao cantarem e tocarem na Santa Missa, fazem o mesmo que os Anjos fazem diante do Trono do Altíssimo: entoam hinos de louvor e adoração. Estão presentes ainda nas Adorações, nos encontros, nas pastorais.
Vale a pena destacar a grande contribuição que dão à evangelização com suas belas composições.
Teatro
“[...] Fazei com que as luzes dos refletores se tornem luzes divinas a iluminar todos os atos da minha vida, para que eu faça do palco um altar, sempre na intenção de o respeitar, dignificar, amar e venerar... Que cada representação seja para mim, um Ato de Fé! Que cada trabalho, seja um sacrifício de glória e sucesso! [...]” (Oração do ator – São Genésio).
O ministro das artes cênicas é alguém que realiza um trabalho teatral aliado à uma experiência pessoal com Deus. Ele evangeliza por meio da arte da representação corporal e dos sentidos. Através de uma encenação ele toca as pessoas, alcança suas emoções e sensações, faz rir ou chorar, evocando, através de sua arte uma ação transformadora na vida das mesmas.
O ministro de teatro deve sempre exercitar sua criatividade, imaginação, voz, corpo e, principalmente, a sua fé. Deve transformar realidades humanas em peças teatrais que transmitam verdades de fé.
Como diz a Canção popular - todo artista deve ir aonde o povo está – o ministro das artes cênicas deve estar disponível para servir nas ruas, nas escolas, nas praças, nos palcos dos grandes teatros ou nos lugares mais inóspitos e desconhecidos.
Por fim, deve testemunhar uma autêntica e profunda vida de santidade e uma experiência pessoal com Deus, fazendo tudo com qualidade, a fim de que por meio da sua arte, muitos sejam alcançados pela graça da vida nova em Cristo Jesus.
Dança
"Davi e toda a casa de Israel dançavam com todo o entusiasmo diante do Senhor e cantavam acompanhados de harpa, cítaras, tamborins, sistros e címbalos" (2Sm 6, 5).
A dança, na maioria das vezes, está relacionada a momentos alegres. Ora, Deus é alegria! Por isso é que o Apostolo Paulo vai dizer na sua carta aos Filipenses: “Alegrai-vos sempre no Senhor” (4,4) e é por isso mesmo que Davi e os seus dançaram na presença de Deus.
Assim como a música, a dança também comunica e alcança as emoções, desperta os sentimentos e desperta a sensibilidade.
O ministro de dança não dança por dançar, mas com o propósito de transmitir Deus através do movimento do seu corpo e de uma coreografia temática.
O ministro de dança deve, porém, ser um homem e uma mulher de oração. Deve ter um testemunho credível para oferecer às pessoas. Assim como os demais ministérios, ele precisa dedicar tempo e empenho para que a sua arte seja bela e harmonicamente visível.
Intercessão
Na intercessão, aquele que ora, não procura seus interesses próprios, mas pensa, sobretudo nos outros: “Cada qual tenha em vista não os seus próprios interesses, e sim os dos outros” (Fl 2, 4). (CIC 2634, 2635).
A intercessão é uma oração de pedido, que nos conforma perfeitamente à oração de Jesus. Interceder é pedir em favor do outro. É próprio de um coração, que está em consonância com a misericórdia de Deus, pedir misericórdia para o outro. É próprio de uma alma que está na vontade de Deus, pedir por aquelas que dela se afastaram. É próprio de quem alcançou um favor de Deus pedir por aqueles que dele necessitam.
A palavra “intercessão”, em si, quer dizer: a ação de “por-se-entre”. É entrar em um campo de batalha, colocando-se nas brechas, não permitindo que o mal avance. Na Fraternidade, esse ministério é exercido em favor das almas que mais precisam e, também, em favor do próprio carisma.
Para intercedermos, conforme a vontade de Deus, uma vez que não temos capacidade alguma, faz-se necessário o derramamento do Espírito Santo, o outro Paráclito (defensor, advogado, o educador das almas), que ficará eternamente conosco (Jo 14, 16-17) e orará em nós e por nós (Rm 8, 26-27), derramando sobre nós santos dons, considerados armas para a batalha (I Cor 12, 4ss; Rm 12, 3-8).
Os intercessores atuam nos diversos momentos da comunidade, se colocando diante de Deus, e em favor do Seu povo como pontes e sentinelas.
Pregação
“A palavra está perto de ti, na tua boca e no teu coração. Essa é a palavra da fé que pregamos. A fé vem pela pregação” (Rm 10, 17).
A Igreja é manifestação do amor e da verdade divina e que, desde os tempos apostólicos, anuncia o Senhor que se revela pela Sagrada Escritura e perpetua para sempre, através de seus profetas contemporâneos, a mensagem advinda do coração misericordioso de Deus.
O pregador se coloca como um verdadeiro instrumento nas mãos de Deus e exerce sua atividade ministerial pelo próprio testemunho de vida, que é o que torna eficaz seu ministério, pelo anúncio do Kerigma e daquelas verdades promulgadas pelo Sagrado Magistério. O pregador é o canal por onde a voz de Deus é transmitida e lançada aos corações.
A formação de um ministro de pregação se dá pelo estudo da Sagrada Escritura, dos documentos da Igreja, da gramática normativa, da linguística e de técnicas de comunicação em público.
Cura e Libertação
Jesus, após seu batismo, foi ao deserto para orar e se preparar para exercer seu Ministério. Durante três anos de sua vida pública foi incansável no anúncio do Reino e no convite à conversão. No desejo de querer que todos os homens fossem salvos acolheu os pecadores, curou os doentes e exorcizou os espíritos malignos.
A fim de continuar a sua Obra de Redenção designou alguns homens, apóstolos e discípulos: “Então, Jesus designou doze, para que ficassem com Ele e para enviá-los a pregar, com autoridade para expulsar os demônios” (Mc 3, 14-15); “Depois disso, o Senhor designou outros setenta e dois e os enviou dois a dois, adiante d´Ele, a todas as cidades e lugares” (Lc 10, 1).
No ministério de Jesus e dos seus discípulos está a origem e o sentido do Ministério de Cura e Libertação.
O membro desse ministério atua nos plantões de oração, no acompanhamento individual daqueles que procuram ajuda espiritual e nos encontros querigmáticos.
É Deus quem concede o dom e convoca o ministro de cura e libertação, que, para dedicar-se com zelo a esse ministério, deve preparar-se espiritualmente através da confissão, da Eucaristia, da direção espiritual, da leitura da Sagrada Escritura, da vida dos santos e do Catecismo da Igreja.