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A renúncia fortifica a Permanência


Conversando com uma jovem um dia, ela dizia que estava difícil viver longe de seus amigos, que moram em outro país, que eles faziam falta e que às vezes, as lembranças dificultavam o momento presente, de não os ter por perto. Então ela me questionou, como que em minha vida consagrada eu fazia para me “desapegar dos bons momentos”. Meditando sobre a pergunta respondi que: eu não me “desapego dos bons momentos”, pois são eles para mim um sinal concreto das renúncias da minha vocação, então não tem como apagá-los da minha memória. E ao lembrá-los, eu vejo um grande valor, de que é algo real e não fantasioso.


Coloco um sentido para as minhas renúncias e sacrifícios, o porquê eu estou aqui e porque tantas renúncias. Muitas vezes as pessoas não compreendem que a nossa vida consagrada é feita diferentes renúncias, mas que essas renúncias não nos deixam infelizes, elas geram frutos de permanência. São como um combustível que nos impulsiona (talvez até inconscientemente) a ir além e não parar na superficialidade de nossas vidas, ao contrário, sempre adentrar mais.


“Algumas das maiores e melhores verdades de Deus, acham-se escondidas em profundidade”. (Pe. Gilson Sobreiro)


Pode acontecer de que ao iniciarmos uma caminhada com Deus, pensemos que não buscamos a Ele para renunciar algo, mas sim que Deus tem aquilo que falta em nossas vidas para sermos felizes. Depois que passamos desse primeiro olhar percebemos que diante do nosso sim, tomamos consciência de que toda a nossa vida vai ser de renúncias quando optamos em seguir Jesus de Nazaré.


“Se alguém quiser vir após mim, negue-se a si mesmo, tome a sua cruz e siga-me.” (Mc 8,34)


Mas, o que realmente é preciso renunciar? Essa vai ser sempre uma resposta pessoal, da alma que anseia ser fiel a Jesus Cristo em seu chamado. Tantas são as renúncias: da nossa família, de amigos, das nossas vontades, de momentos bons que foram vividos, etc. Mas, independente de qual seja a vocação, as renúncias irão sempre passar por negar-se a si mesmo, tomar a sua cruz e seguir Jesus.


As minhas renúncias me levam a ser mais de Deus inteiramente. Cada renúncia vale a pena pela minha vocação!


“Sacrificai o que é justo, e ao Senhor oferecei-o”. ( Sl 4)


Ana Paula Cazarin, noviça apostólica

Fraternita Santa Catarina de Bolonha, Santa Cruz/RJ

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