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“Há um tempo para cada coisa”. (Ecl 3,1)

A palavra de Deus nos diz em Eclesiastes capítulo 3, versículo 1: ‘’Há um tempo para cada coisa debaixo do sol, tempo de plantar, de colher, de nascer, de viver e de morrer...”. E, apesar de não termos o domínio do tempo, é necessário viver e conviver com as suas disposições, com tudo que ele nos oferece, sem nos esquecer que Deus nos alcança no tempo certo, do jeito e da vontade d’Ele.

Dentre os diversos tempos litúrgicos dados pela Igreja, queremos refletir um pouco sobre o tempo comum, que dura 34 semanas. Nesse tempo, as páginas dos Evangelhos vão nos conduzir à vida pública de Jesus, em que Ele chama os seus e anuncia o reino de Deus. Ele realiza tudo isso: o chamado, o anúncio, a cura, os milagres, entrando na vida comum de homens e mulheres que esperam a vinda do messias. Dessa forma, o tempo comum é marcado pela esperança, simbolizada pela utilização da cor verde. Nosso Senhor vem ao nosso encontro sim, mas não com as pompas de um rei, vem como um andarilho, um peregrino, uma criança, um carpinteiro. É um Deus que se apresenta como homem simples, que entra no nosso cotidiano para falar ao nosso coração, para fazer o chamado (Mt 4,18). Ele entra em nossa vida comum e nos chama, nos anuncia o Reino dos céus e nos apresenta um Deus como Pai.


É belo perceber que Jesus não é um expectador de nossas vidas, mas que participa conosco do nosso cotidiano, da vida atarefada, do trabalho, das dores e sofrimentos, das perdas, das alegrias e festas. Ele nos enxerga quando nos escondemos no alto de uma árvore, por detrás de uma mesa de impostos; nos denuncia quando vivemos de fingimentos e hipocrisia como os fariseus. E, assim, Jesus vai nos visitando em cada personagem das Sagradas Escrituras, em cada estrada e povos, porque Ele não é indiferente, é um Deus que se preocupa com a vida.


Hoje, o mundo está ferido e fadado a perder a esperança diante de tanta dor causada pela morte de quem amamos, pois, o tempo pandêmico parece querer nos roubar o direito que temos de ter esperança. Jesus quer entrar em nossas vidas não como um revolucionário curandeiro, Ele se compadece da humanidade, do coração do homem. Nosso Senhor, que participa conosco das dores e das lágrimas, não é um Deus indiferente; Ele é um Deus próximo que caminha ao nosso lado mesmo quando não percebemos, porque estamos feridos pela morte (como os discípulos de Emaús). Nosso Deus tem paciência e nos anuncia de novo o céu que faz nosso coração arder e se encher de esperança. Ele coloca nosso olhar para o alto para entendermos que os sofrimentos do tempo presente não merecem ser comparados com a glória que há de vir (Rm 8) e que a morte não tem poder sobre Ele, pois Ele a venceu para nos dar a vida que o Covid-19, outra doença ou fatalidade podem arrancar de nós.


Neste tempo comum, permita-se deixar se surpreender por Jesus que tem caminhado ao seu encontro, permita que Ele visite o cotidiano de sua vida, seja lá qual for a situação em que vive: dor, sofrimento, alegria, quedas e etc. Tempo comum é tempo de conversão e de bons propósitos, de um cotidiano que nos aproxima de Deus e não o contrário. É preciso estar atento às visitas de Nosso Senhor e deixar que Ele se manifeste em sua vida. E para fazer esse movimento, nossa Mãe Igreja nos deu um bom companheiro: São José, que pode nos ensinar a perceber as cotidianas visitas de Jesus. São José é simples e tem um coração de Pai que está disposto a nos conduzir a Jesus com coragem e criatividade, com ternura e obediência, nos ensinando a acolher Jesus.


Um Santo Tempo Comum! São José Valei-me!


Ir. Dileta do Pão dos Anjos, PJC







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